quinta-feira, 28 de maio de 2009

Estréia da Semana Passada - Anjos e Demônios

Bom, o objetivo dessa coluna que começo agora era ver o filme que estreou na semana anterior, na sexta (dia mais caro) e vê-lo na outra semana, na quarta (dia mais barato), afinal, sou estudante sem trabalho e portanto, sem dinheiro. Mas, de boas intenções o inferno está cheio - na semana seguinte a estréia do filme, tive um trabalho enorme para entregar na faculdade, e então tive que adiar por uma semana esse projeto. Mas aqui está: minhas impressões do filme escolhido - Anjos e Demônios.


Pontos negativos

Sempre dizem para começar pelo lado ruim, então lá vai: mais uma vez, alteraram drasticamente a ordem da história e dos fatores, chegando ao cúmulo de alterar o final - que não direi qual é. Então, pessoas como eu, que leram o livro de Dan Brown (na minha opinião, o melhor até agora) vão assistir à história arrancando os cabelos de exasperação. Por exemplo, cortaram a relação de Vittoria Vetra (Ayelet Zurer) com seu pai - um dos motivadores de sua ida ao Vaticano, procurando descobrir quem o matou e recuperar a antimatéria. O assassino não é um Hassassin, motivado por séculos de ódio, mas um matador eurolixo comum, interessado apenas em dinheiro - e até um pouco religioso.

Li na crítica do site Omelete que pelo menos algumas das reclamações dos fãs foram escutadas - até demais. Em O Código da Vinci, o diálogo foi substituído por correrias desabaladas de Langdon e Sophie por Paris; então, escreveram um bom roteiro, com boas falas, bem explicativas. Mas exageraram: Robert Langdon (Tom Hanks) ficou parecendo um intragável sabe-tudo, e até Vittoria sabia de aspectos históricos artísticos que não lhe diziam respeito.

Por falar em Código, fazem com que esse filme seja continuação do anterior, o que na realidade é exatamente o contrário. Mais uma liberdade tomada um tanto indigesta para os apreciadores dos livros.


Pontos positivos

Devido ao boicote do Vaticano, as filmagens tiveram quer ser feitas em telas verdes, com digitalização dos cenários e sobreposição de imagens. O resultado final ficou muito bom - só dá para perceber algo artificial em apenas uma cena, da entrada do Panteão. A fotografia também ficou muito boa, as roupas bem feitas - ainda que o short da discórdia de Vetra não tenha sido inserido.

A atuação de Stellan Skarsgård como o comandante Ritcher é a única que se salva. Vociferante e irritadiço, faz com que tenhamos raiva dele - o que deveríamos sentir. Na mesma crítica citada anteriormente, é utilizada a seguinte definição para o trabalho de Tom Hanks: "atuando no automático". E é exatamente isso: não há brilho em sua atuação. O assistente de Rocher também é ótimo, arrancando algumas das poucas risadas ouvidas durante o filme.

Outro bom aspecto do filme é explorar o processo de seleção papal, que é muito interessante e pouco considerado no livro. Outro acerto é mostrar Langdon na piscina, fazendo seus exercícios matinais - um dos aspectos mais interessantes do personagem, professor de arte/nadador.

Conclusão

O filme de Ron Howard é "salvavél", desde que você não tenha lido o livro. Se você leu, fique em casa, poupe seu dinheiro - ou então, vá para o cinema de mente aberta, bem aberta.



Estréia da Semana Passada: porque cinema é bom, mas a grana é pouca.

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